terça-feira, 27 de setembro de 2011

B) Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas

  1. Uso rotineiro de enema. 
  2. Uso rotineiro de raspagem dos pelos púbicos. 
  3. Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto. 
  4. Inserção profilática rotineira de cânula intravenosa. 
  5. Uso rotineiro da posição supina durante o trabalho de parto. 
  6. Exame retal. 
  7. Uso de pelvimetria radiográfica. 
  8. Administração de ocitócicos a qualquer hora antes do parto de tal modo que o efeito delas não possa ser controlado. 
  9. Uso rotineiro da posição de litotomia com ou sem estribos durante o trabalho de parto e parto. 
  10. Esforços de puxo prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o período expulsivo. 
  11. Massagens ou distensão do períneo durante o parto. 
  12. Uso de tabletes orais de ergometrina na dequitação para prevenir ou controlar hemorragias. 
  13. Uso rotineiro de ergometrina parenteral na dequitação. 
  14. Lavagem rotineira do útero depois do parto. 
  15. Revisão rotineira (exploração manual) do útero depois do parto

Recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) no Atendimento ao Parto Normal

A) Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas
  1. Plano individual determinando onde e por quem o parto será realizado, feito em conjunto com a mulher durante a gestação, e comunicado a seu marido/ companheiro e, se aplicável, a sua família.
  2. Avaliar os fatores de risco da gravidez durante o cuidado pré-natal, reavaliado a cada contato com o sistema de saúde e no momento do primeiro contato com o prestador de serviços durante o trabalho de parto e parto. 
  3. Monitorar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do trabalho de parto e parto, assim como ao término do processo do nascimento. 
  4. Oferecer líquidos por via oral durante o trabalho de parto e parto. 
  5. Respeitar a escolha da mãe sobre o local do parto, após ter recebido informações. 
  6. Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico onde o parto for viável e seguro e onde a mulher se sentir segura e confiante. 
  7. Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto. 
  8. Apoio empático pelos prestadores de serviço durante o trabalho de parto e parto. 
  9. Respeitar a escolha da mulher quanto ao acompanhante durante o trabalho de parto e parto. 
  10. Oferecer às mulheres todas as informações e explicações  que desejarem. 
  11. Não utilizar métodos invasivos nem métodos farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e parto e sim métodos como massagem e técnicas de relaxamento. 
  12. Fazer monitorização fetal com ausculta intermitente. 
  13. Usar materiais descartáveis ou realizar desinfeção apropriada de materiais reutilizáveis ao longo do trabalho de parto e parto. 
  14. Usar luvas no exame vaginal, durante o nascimento do bebê e na dequitação da placenta. 
  15.  Liberdade de posição e movimento durante o trabalho do parto. 
  16. Estímulo a posições não supinas (deitadas) durante o trabalho de parto e parto. 
  17. Monitorar cuidadosamente o progresso do trabalho do parto, por exemplo pelo uso do partograma da OMS. 
  18. Utilizar ocitocina profilática na terceira fase do trabalho de parto em mulheres com um risco de hemorragia pós-parto, ou que correm perigo em consequência de uma pequena perda de sangue. 
  19. Esterilizar adequadamente o corte do cordão. 
  20. Prevenir hipotermia do bebê. 
  21. Realizar precocemente contato pele a pele, entre mãe e filho, dando apoio ao início da amamentação na primeira hora do pós-parto, conforme diretrizes da OMS sobre o aleitamento materno. 
  22. Examinar rotineiramente a placenta e as membranas.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

GHUAPA no DM

Olá a todas e a todos, para quem não viu, uma das integrantes do GHUAPA deu uma entrevista ao Diário da Manhã, um jornal diário de Goiás.
Aqui segue o link, para aqueles que quiserem acompanhar a matéria
http://www.dmdigital.com.br/novo/#!/view?e=20110913&p=31

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"Espere seu bebê querer nascer":

Sim! Alguns dias fazem muita diferença na vida do bebê. É claro que existem exceções quando a gestação passa das 39 semanas ou, então, quando há realmente um motivo médico para que uma cesárea seja feita. No entanto, o aumento exponencial do número de cesáreas eletivas (aquelas realizadas sem nenhuma necessidade), tendo como consequência bebês com problemas, tem engatilhado uma série de alertas dos médicos sobre essa irresponsabilidade – no Brasil e no exterior.

Nos Estados Unidos, segundo noticiou a Time, hospitais na Georgia, Flórida e Ohio vêm discutindo sobre o parto cirúrgico feito antes de 39 semanas. No Texas, por exemplo, para limitar os partos antes dessa época, uma legislação começou a entrar em vigor no dia 1o deste mês.

Mas será que esse é mesmo o melhor caminho?  



Para Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio-Libanês (SP), esse tipo de lei significa um descrédito total da medicina. “Não deveria ter uma norma, e sim moral de todos os médicos. É ensinado em qualquer faculdade de medicina os aspectos fisiológicos do bebê na gravidez (e os riscos de ele nascer fora da hora). Então qualquer cesárea agendada sem razão e que resulte em alguma situação com o bebê é passível de processo”, diz. E reforça: “O que acontece é que, na maioria das vezes, por conveniência de algumas mães e médicos sempre há uma justificativa, mesmo que errada.”

Segundo Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein (SP), apesar do viés desse tipo de ação dos hospitais americanos ser mais no sentido de proteção e responsabilidade legal, a consequência é boa para o bebê. “Criou-se uma cultura de que o bebê está pronto com 37 semanas, porque para fins de trabalhos científicos não consideramos prematuro a partir dessa época. Só que o momento ideal de ele nascer é quando a mulher entra em trabalho de parto, nunca antes disso”, reforça Alexandre.
Tem que esperar, sim!
Logo na primeira consulta com o obstetra, você fica sabendo em qual provável semana seu bebê vai nascer, certo? E aí já começa a planejar o enxoval, a calcular de que signo ele vai ser, ver se o aniversário dele será perto de algum feriado... Até aí, tudo bem. O problema é que muitas mulheres acabam usando essa estimativa para agendar a data do parto e fazer a chamada cesárea eletiva. Com medo do parto normal, por falta de orientação profissional ou até mesmo por comodidade, a data do nascimento, muitas vezes, acaba sendo decidida previamente. E, se por um lado isso ajuda a família a organizar a chegada do bebê, por outro, a data fixa pode levar ao parto antes do tempo ideal porque não se pode descartar um possível erro no cálculo gestacional.
“É importante esperar que a mulher entre em trabalho de parto pois isso indica a maturidade do bebê e evita maiores complicações tanto para a mãe quanto para a criança”, afirma Wladimir Taborda, doutor em medicina pela Universidade Federal de São Paulo, colunista da CRESCER e autor de A Bíblia da Gravidez (CMS Editora). Se o parto for antes da hora, a criança pode desenvolver problemas respiratórios e, até mesmo, ter de passar alguns dias em uma UTI neonatal para compensar o período em que deveria ter ficado no útero.
Uma recente pesquisa mostra consequências ainda mais graves. Conduzido por cientistas da March of Dimes Foundation, organização não governamental norte-americana que encabeça diversas campanhas contra o nascimento prematuro nos Estados Unidos, o estudo analisou 46 milhões de partos. Os pesquisadores concluíram que o risco de morte é maior para os que nascem antes da 39ª semana em comparação com aqueles que chegam até o final da gestação. A taxa de mortalidade infantil foi de 3,9 para cada mil bebês nascidos vivos a partir da 37ª semana, e de 1,9 para na 40ª semana. Como você viu, mesmo que ele não seja prematuro (ou seja, nasça antes da 37ª semana), não significa que esteja pronto. E, como a cesárea é uma cirurgia, a mãe também corre riscos, como infecção, laceração acidental de algum órgão abdominal, trombose, embolia pulmonar ou hemorragia.
Ninguém está dizendo para se deixar de fazer cesáreas. Esse é um procedimento que salva vidas mas, segundo especialistas, só deve acontecer raramente (veja o quadro) . Em casos de diabetes gestacional ou problemas de pressão arterial, o médico também precisa avaliar. Caso vocês cheguem à conclusão que a cesárea é mesmo necessária, espere pelo menos o seu bebê indicar que quer nascer. O ideal é aguardar pelas contrações (que podem acontecer até a 42ª semana), sempre com acompanhamento do obstetra.
Quando a mulher entra em trabalho de parto, o bebê passa por uma preparação para nascer que começa com as contrações uterinas. Elas funcionam como um alerta para a criança, que passa a liberar substâncias para o amadurecimento final do próprio organismo, como o hormônio corticoide, que age no pulmão – se você estiver em trabalho de parto e for preciso uma cesárea de emergência, a criança já vai estar com o organismo mais pronto. Além disso, o seu corpo também estará mais preparado para amamentar graças a hormônios liberados no trabalho de parto. A segunda etapa ocorre no parto. Quando o bebê passa pelo canal vaginal, os pulmões dele sofrem uma compressão que ajuda a eliminar líquidos e fluídos que possam causar algum desconforto respiratório posterior. É por tudo isso que não vale a pena agendar uma cesárea.
Se você ficou aflita porque agendou o parto do seu bebê ou se estava pensando nessa possibilidade, tente manter a calma: você ainda tem tempo. A primeira atitude é conversar com seu companheiro e com o médico que acompanha você. Diga que deseja esperar pelo trabalho de parto. Como você viu, desde que suas condições de saúde e do bebê estejam normais, não há motivo para desistir. E aproveite para discutir com ele sobre o tipo de parto. Se você não ficar convencida que ele vai tentar o parto normal, veja se não é o caso de procurar a opinião de outro especialista ou até trocar de médico. “Bons profissionais estimulam uma segunda opinião e, inclusive, essa pode ser uma prática saudável para ajudar a diminuir a incidência de cesáreas eletivas no país”, afirma Taborda.
A CESÁREA É INDICADA QUANDO...
• Há sofrimento fetal ou o bebê tem problemas de crescimento.
• Há placenta prévia (quando essa se interpõe entre o bebê e o colo do útero) ou deslocamento prematuro de placenta.
• Existe uma obstrução vaginal (tumor).
• A mãe tem herpes genital e a lesão está ativa até um mês antes do parto.
• Em casos de gestações múltiplas (não é regra).
• A abertura da mãe for pequena para o tamanho do bebê.
• A criança está na posição atravessada ou deitada e não foi possível virá-la para a correta.
fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI263731-10584,00.html

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Criação com apego

 O "attachment parenting" (criação com apego), é uma expressão cunhada pelo pediatra americano William Sears, uma filosofia baseada nos princípios da teoria do apego em psicologia do desenvolvimento. De acordo com a teoria do apego, uma forte ligação emocional com os pais durante a infância, também conhecida como apego seguro, é um precursor de relacionamentos seguros e empáticos na idade adulta.

A Teoria do Apego, originalmente proposto por John Bowlby, afirma que a criança tem uma tendência a buscar proximidade com uma pessoa e se sentir segura quando essa pessoa está presente. Em comparação, Sigmund Freud propôs que o apego era uma conseqüência da necessidade de satisfazer desejos ocultos. Na Teoria do Apego, o apego é considerado um sistema biológico e as crianças são naturalmente ligadas aos seus pais porque eles são seres sociais, não apenas porque eles precisam de outras pessoas para satisfazer seus desejos. O apego é uma parte normal e saudável do desenvolvimento infantil.

A psicóloga do desenvolvimento Mary Ainsworth criou um procedimento chamado Strange Situation (A Situação Estranha), para observar relações de apego entre mãe e filho humanos. Por 20 minutos, observou interrupções geradas no vinculo mãe / filho, e comprovou que isso afetou a exploração e o comportamento da criança ao respeito da mãe.

De acordo com Attachment Parenting International (API) há 8 princípios que propiciam o apego saudável (seguro) entre pais / tutores e a criança. Eles se apresentam como práticas para “ser pais” que podem levar a um "vínculo firme", a uma "receptividade coerente e sensível" e uma "disponibilidade física e emocional", que para a pesquisa são fatores-chave em um vínculo seguro.

Oito princípios da Criação com Apego:

O Attachment Parenting International (API), partidária da Criação com Apego do Dr. Sears, tenta promover um vínculo seguro com os filhos através de oito princípios que são identificados como metas a serem cumpridas pelos pais. Estes oito princípios são:

1- Preparação para a gravidez, o nascimento e a mater-paternagem.
2- Alimentação com amor e respeito.
3- Responder sempre com sensibilidade.
4- Praticar a Criaçao baseada no Apego.
5- Incluir esa criação também durante as noites.
6- Fornecer carinho constante.
7- Praticar a disciplina positiva.
8- Esforçar-se para o equilíbrio na vida pessoal e familiar.

Esses valores são interpretados de várias formas ao longo do movimento. Alguns pais relacionados com a Criação com Apego também optam por viver uma vida familiar natural, como o parto natural, nascimento domiciliar, criação em casa, homeschooling, movimento anti-circuncisão, ligar para a liberdade de vacinação, saúde natural, movimentos cooperativos e consumo de alimentos orgânicos, etc.

No entanto, Dr. Sears não requer que os pais sigam estritamente umas regras definidas, mas encoraja os pais a serem criativos na resposta às necessidades dos seus filhos. A Criação com Apego, fora do modelo do Dr. Sears, centra-se nas respostas que respaldam vínculos seguros.

Disciplina:

A Criação com Apego procura entender as necessidades biológicas e psicológicas das crianças e evitar expectativas não realistas sobre o comportamento da criança. Ao estabelecer limites que sejam apropriados para a idade da criança, a Criação com Apego leva em conta todas as etapas físicas e psicológicas do desenvolvimento que a criança está experimentando. Desta forma, os pais podem tentar evitar a frustração que ocorre quando eles esperam coisas que as crianças não podem fazer ainda.


A Criação com Apego afirma que é vital para a sobrevivência que a criança seja capaz de comunicar suas necessidades aos adultos e que estas sejam tratadas sem demora. O Dr. Sears adverte que enquanto a criança é pequena, é mentalmente incapaz de qualquer manipulação. Sears diz que durante o primeiro ano de vida, as necessidades e desejos de uma criança são uma mesma coisa.



O Dr. Sears e outros defensores do Attachment Parenting pensam que as necessidades não satisfeitas aparecem imediatamente tentando satisfazer o que não foi satisfeito no seu devido momento. A Criação com Apego observa o desenvolvimento, assim como a biologia da criança, para determinar as respostas psicológica e biologicamente apropriadas para cada fase dela.

Criação com Apego não significa resolver uma necessidade que a criança possa resolver por ela mesma. Significa entender quais são as necessidades, quando ocorrem, como elas mudam ao longo do tempo e das circunstâncias, e ser flexível para encontrar formas de responder apropriadamente.

Práticas similares são chamados de “criação natural”, “criação instintiva”, “criação de inmersão” ou criação no "conceito de continuum", proposto pela autora Jean Liedloff no seu livro publicado.

E você?

O que vocês opinam? Praticam a Criação com Apego? O quê tem observado nos seus filhos com esta prática ao longo dos meses ou anos?


Texto de Elena de Regoyos, disponível em: http://mamaedoula.blogspot.com/2011/06/o-que-e-criacao-com-apego-o-attachment.html