sexta-feira, 10 de junho de 2011

O Risco de Agendar um PC sem Necessidade


O risco de agendar um parto cesárea sem necessidade 
Novo estudo mostra que o risco de morte do bebê que nasce antes de
39 semanas é maior do que aqueles que chegam ao fim da gestação. Confira 




Cada vez mais os estudos confirmam e alertam o quanto adiantar o parto
sem necessidade, mesmo que em poucas semanas, traz riscos para o bebê.
Um deles, publicado este mês na revista científica
Obstetrics & Gynecology, revelou que antes de 39 semanas há risco
de morte para a criança. 


Para chegar a essa conclusão, os cientistas da March of Dimes Foundation, uma organização não governamental que encabeça campanhas nos
Estados Unidos para evitar nascimentos prematuros,
analisaram mais de 46 milhões de nascimentos, usando dados 
do National Center for Health Statistics U.S. O resultado revelou que a
taxa de mortalidade infantil era de 1.9 para cada 1.000 bebês
nascidos na 40a semana de gestação e subia para 3.9 para aqueles
nascidos pouco antes, na 37a semana. 


De acordo com Antônio Júlio de Sales Barbosa, ginecologista e obstetra
do Hospital Santa Catarina (SP), a pesquisa apenas reforça o que já é sabido entre os obstetras. “São considerados prematuros bebês que nascem com menos
de 37 semanas. Mas isso não quer dizer que aquele que chegou até a 
37a já possa nascer. Não é bem assim. Eles ainda têm um pequeno cumprimento de maturidade pulmonar a ser vencido – o que acontece entre a 38a 
 ou 39a semana”, diz. 


E o especialista reforça, ainda, que, mesmo na 38a semana, as
cesáreas eletivas (agendadas sem necessidade) podem trazer
surpresas, ao acarretar em complicações para os bebês, como infecções 
respiratórias, febre, alteração na temperatura. “Parece que uma 
semana é pouco, mas para o bebê na barriga é muito”, afirma Júlio. 


Sobre problemas respiratórios, aliás, cientistas da Universidade de
Illinois, nos Estados Unidos, já haviam mostrado como o risco de 
complicação acaba sendo maior para quem nasceu antes da hora.
Eles avaliaram mais de 230 mil partos feitos entre 2002 e 2008 
em hospitais dos Estados Unidos. Cerca de 7 mil bebês tiveram 
de ser internados em UTIs, sendo que, destes, mais de 2 mil 
sofreram de problemas respiratórios. Entre os casos de pneumonia,
por exemplo, o problema caiu de 1,5% entre os que nasceram de até 
38 semanas para 0,1% na 39ª semana. 


No Brasil, a maioria dos nascimentos na rede particular ainda é
feita por cesáreas. O maior problema é o crescente número de
cesáreas eletivas, ou seja, quando a cirurgia é agendada antes 
de a grávida entrar em trabalho de parto. Um dos riscos envolvidos
é a chance de o médico errar no cálculo gestacional e o bebê nascer prematuro. 
Com isso, a criança deixa de ganhar peso e de amadurecer os pulmões,
e ainda corre o risco de precisar ser internada em uma UTI neonatal por conta da prematuridade.
“Muitas cirurgias são feitas sem necessidade, apenas por comodismo,
tanto dos pais da criança, que querem se organizar melhor, quanto dos 
médicos, que não precisam desmarcar consultas para realizar um parto
a qualquer momento”, diz Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista do 
Hospital Sírio-Libanês (SP). Nos Estados Unidos, dados do March of
Dimes mostram que 543 mil bebês (1 a cada 8 )  nascem prematuramente.


A situação é diferente quando a mãe entra em trabalho de parto e,
no meio do caminho, é preciso realizar uma cesárea. A chance de a
criança ter problemas pulmonares é menor porque, durante o processo, 
segundo Pupo, há uma série de transformações que acontecem na criança
que a deixam mais preparada para sobreviver fora do útero. “Não se deve
interferir num processo natural, a não ser em casos específicos em que há risco
de vida para a mãe e o bebê”. A data provável dos partos é em torno de 40
semanas de gestação. E, se mãe e filho estiverem bem, esse prazo pode se 
estender até 41 semanas e 6 dias. 
Por que o número de cesárea só cresce? 


Por falta de informação , incentivo do médico ou até mesmo por medo do 
parto normal, as gestantes tendem a acreditar que a cesárea é o tipo de parto
mais seguro. Mas os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram
que é justamente o contrário. Um estudo, que avaliou mais de 100 mil
nascimentos em países asiáticos, mostrou que as grávidas que passaram 
por uma cesárea têm mais de sofrer complicações sérias, que podem 
levar à morte. Caso a cesárea seja realizada antes da mulher entrar em
trabalho de parto e sem indicação médica, os riscos são 2.7 vezes
maiores do que no parto vaginal, segundo as estatísticas. Já no caso dos partos
cirúrgicos feitos antes do trabalho de parto, mas com indicação médica, 
o número cai para 2.1. 


Ainda assim, se numa roda de conversa com outras mães, 
você perguntar quem teve parto normal, vai perceber que as estatísticas
sobre o parto cesárea no mundo são mesmo alarmantes. Dados do The
NHS INformation Centre, na Inglaterra, por exemplo, mostram que
25% dos partos no Reino Unido, entre 2008 e 2009, foram cirúrgicos.
Já nos Estados Unidos, em 2005, esse índice já era de 30,2%.
No Brasil, os números são ainda mais assustadores.
Somente no SUS, 33,25% dos partos realizados em 2008 foram
cirúrgicos, de acordo com o Ministério da Saúde, o que representa 
cerca de 655 mil cesáreas. Todos esses dados contrariam a
recomendação da Organização Mundial de Saúde, que determina 
que esse tipo de parto represente somente entre 10% e 15% do
total realizado em um país. 


Os benefícios do parto normal 


Para o bebê: esse tipo de nascimento é bom porque segue o processo natural.
Ela nasce na hora certa, a não ser nos casos de prematuros. 
Existem várias evidências e especulações de que o trabalho de parto
não é meramente uma atitude física de expulsão do bebê, e sim uma alteração 
de padrão hormonal em que há liberação de hormônios pela mãe e bebê que 
sinalizam que o momento de nascer está chegando. Outro beneficio é que 
o tórax do bebê é comprimido ao passar pelo canal de parto, o que faz 
com que ele expulse secreções das vias respiratórias, tornando-o mais 
adaptado a respirar. 


Para a mãe: além do aspecto psicológico, da satisfação da mulher
em poder dar à luz, a recuperação é mais rápida e são menores 
as chances de complicações após o procedimento, como sangramentos
ou infecções, por exemplo. 


Quando o parto cesárea é realmente necessário? 


-->Quando a placenta cobre parcial ou totalmente o colo do útero,
impedindo a saída do bebê, a chamada placenta prévia; 


--> Caso a mãe tenha herpes genital com lesão ativa até um mês antes do parto; 


--> Em casos raros de doenças cardíacas; 


--> Se o bebê está atravessado, mas antes é possível tentar ajudá-lo a ficar na posição correta; 


--> Nos casos em que a gestante tenha aids com varga viral muito alta ou 
desconhecida; 


--> Quando há descolamento prematuro de placenta; 


--> Se a abertura do colo da mãe é pequena para o bebê, algo que ocorre em
menos de 5% dos partos; 


--> Nas situações em que o cordão umbilical penetra no canal de parto
antes do bebê; 


--> Se há diminuição drástica no fluxo de oxigênio ou nos batimentos
cardíacos, o que ocorre em apenas 1% dos partos. 


Fonte: 300 respostas da Crescer sobre gravidez 
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI21536-10584,00-O+RISCO+DE+AGENDAR+UM+PARTO+CESAREA+SEM+NECESSIDADE.html

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